quarta-feira, 12 de junho de 2013

O Renascimento Cultural foi um movimento de renovação intelectual e artística que marcou a transição dos valores que predominavam na Idade Média europeia para a mentalidade burguesa da Idade Moderna.
O florescimento do comércio, o crescimento das cidades e a formação dos Estados nacionais dariam à decadente sociedade feudal uma nova dinâmica. As ideias delucro, enriquecimento e prosperidade, próprias da burguesia em ascensão, contribuíam para despertar o espírito de competição. A burguesia estimulou o florescimento de uma nova cultura, já que ela poderia garantir-lhe prestígio e uma posição compatível com o poder econômico que estava alcançando. Mas além da burguesia, príncipes e até papas também se destacaram na tarefa de incentivar, patrocinar e proteger os artistas, sendo, por isso, chamados de mecenas.


O aperfeiçoamento e a utilização da imprensa pelo alemão Johannes Gutenberg por volta de 1440, acelerou a produção e a circulação das obras literárias. Alguns fatores explicam o pioneirismo italiano: durante a Baixa Idade Média, após as Cruzadas, a Itália se manteve como um centro ativo do comércio, o que possibilitou o desenvolvimento de uma poderosa classe de mercadores que permitiu a integração de muitos italianos com os grandes centros urbano-comerciais, como Constantinopla. Aliás, depois que os turcos otomanos tomaram Constantinopla, em 1453, muitos intelectuais e artistas bizantinos se refugiaram nas cidades italianas. Podemos considerar também o fato de as obras da Antiguidade greco-romana estarem presentes muito mais na península Itálica do que em qualquer outra região europeia.


Da Itália, o movimento renascentista expandiu-se para vários países da Europa, atingindo Holanda, França, Inglaterra, Portugal, Espanha, Suíça, Polônia. Em todos esses países encontramos grandes nomes ligados às artes, às ciências, à literatura e à filosofia.
O pensamento renascentista se opunha a toda forma de pensar da Idade Média e por isso combatia o teocentrismo e o misticismo característicos do medievo europeu. Dessa forma, o Renascimento apresentou como elementos fundamentais o humanismo – que propunha a substituição do teocentrismo pelo antropocentrismo (o homem como o centro do mundo) –, o racionalismo – o uso da razão, e não da fé, para explicar os fenômenos –, o naturalismo – em oposição ao espiritual –, o experimentalismo – proposta de confirmação científica dos fenômenos ou descobertas através da experiência –, o universalismo – a busca permanente do conhecimento total, ou seja, dos vários setores do conhecimento –, o hedonismo – valorização dos prazeres da vida – e o individualismo, que consiste na supervalorização da ação individual e na consideração das diferenças individuais entre as pessoas para, em última análise, despertar o espírito de competição, de concorrência.

Os ideais renascentistas de harmonia e proporção conheceram o apogeu nas obras de Rafael, Leonardo da Vinci e Michelangelo, durante o século XVI.
Houve também progressos na medicina e anatomia, especialmente após a tradução, nos séculos XV e XVI, de inúmerostrabalhos de pensadores da Antiguidade como Hipócrates e Galeno. Entre os avanços realizados, destacam-se a inovadora astronomia de Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Johannes Kepler. A geografia se transformou graças aos conhecimentos empíricos adquiridos através das explorações e dos descobrimentos de novos continentes e pelas primeiras traduções das obras de Ptolomeu e Estrabão.

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